Como
primeiro filho do engenheiro Phillipp Pfannemüller vi
a luz do mundo no dia 5 de outubro de 1875 em Würtzburg.
Apenas pouco tempo depois eu deveria saber que satanás,
nessa idade, é o senhor desse ambiente assim como que
ele tem sua esfera de atividade principalmente nos filhos da
descrença.
No
quarto dia após meu nascimento minha amada mãe
morreu, mas com inefável amor bons avós cuidaram
de mim até a chegada da madrasta. Ah, e ela foi realmente
uma madrasta (meia mãe), no mais profundo sentido da palavra.
Sobre o sofrimento que eu tive que passar como enteado eu preferiria
me calar completamente; no entanto, um atendimento de oração
extremamente magnífico que eu vivenciei na mais terna
idade infantil, exige(requer) que eu mencione alguma coisa a
esse respeito.
Um
domingo meus pais foram, como sempre, entregar-se ao seu divertimento.
De modo que eu não fosse um peso para eles, fui trancado
a pão e água lá em cima no porão.
Esperava-se de mim que eu devesse me sentir bem toda a tarde
sozinho deitado na cama. Como eu me encontrava no meu sexto ano
de vida, eu já tinha conciência de que esse tipo
de tratamento era muito terrível. Assim, enquanto eu permanecia
solitário em minha cela e chorava, o espírito de
Deus me inspirou a orar. Com o rosto cheio de lágrimas,
olhando para o vidro da janela do porão, eu apelei ao
Deus do Céu por misericórdia.
Embora
eu tenha me esquecido de todos os outros acontecimentos daquele
tempo, esse atendimento de oração e suas consequências
se fixaram tão profundamente em meu interior que um esquecimento é impossível.
E, oh, que milagre: depois de somente 10 ou 14 dias eu fui libertado.
Já que eu era um peso muito grande para minha madrasta, me enviaram
para um instituto de correção em Haenlein/Hessenlan (estado
de Hessen). Ainda hoje eu sei como me senti infinitamente feliz lá.
Ali eu tinha minha
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liberdade,
podia brincar e cantar com as crianças da instituição.
Lá tinha a hora de brincar ao ar livre, hora da aula
e, o que já naquela época me deixou com uma inesquecível
impressão, cada manhã era
feita uma curta meditação com canto, leitura
bíblica e oração. Depois daquele tempo
todo a mudança foi para mim inteiramente prazeirosa.
Eu ainda era muito jovem para entender que, estar "neste
tipo de instituição" também poderia
significar uma vergonha, principalmente para os pais. Não,
eu não fazia a mínima idéia sobre isso.
Depois da minha vida lamentável com minha madrasta,
eu me sentia aqui muito feliz.
Provavelmente
depois de mais ou menos um mês que eu estava lá foi
empreendida uma excursão para a região das montanhas.
Uma vez que a excursão aconteceu num dia de domingo, muitas
pessoas da região estavam lá. E assim aconteceu
que bons conhecido dos meus preciosos avós me viram e,
o que se podia claro imaginar, também me interrogaram. É evidente
que esses conhecidos mandaram notícia disso para os meus
avós - aonde, como e em quais companhias eles tinham me
encontrado. Isso cortou o coração dos meus queridos
avós e depois de um tempo não muito longo eu fui
recebido para sempre em seu coração e seu lar.
Esse
milagroso atendimento de oração com todas as suas
importantes consequências para mim, se tornou para toda
a minha vida um grande fortalecimento da fé e é assim
ainda hoje.
Meu
avô era diretor da, naquela época, nova estação
de trem construída entre Frankfurt e Heidelberg. Assim
eu vivi minha bonita juventude na estrada montanhosa (Bergstrasse),
nos lugarejos bonitos de Auerbach e Zwingenberg. Depois do 60° aniversário
meu avô foi aposentado. Os avós mudaram então
para Darmstadt, mas eu ainda pude ficar com eles até a
sua morte. Essa foi uma bonita juventude, na qual eu pude conviver
com os filhos do terceiro casamento do meu avô.
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