Família  Pfannemüller
 
     
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Jacob Heinrich Pfannemüller - Auto-biografia: 32 Anos Missionário na China
(tradução: Helga Pfannemüller)

I - Minha juventude

Como primeiro filho do engenheiro Phillipp Pfannemüller vi a luz do mundo no dia 5 de outubro de 1875 em Würtzburg. Apenas pouco tempo depois eu deveria saber que satanás, nessa idade, é o senhor desse ambiente assim como que ele tem sua esfera de atividade principalmente nos filhos da descrença.

No quarto dia após meu nascimento minha amada mãe morreu, mas com inefável amor bons avós cuidaram de mim até a chegada da madrasta. Ah, e ela foi realmente uma madrasta (meia mãe), no mais profundo sentido da palavra. Sobre o sofrimento que eu tive que passar como enteado eu preferiria me calar completamente; no entanto, um atendimento de oração extremamente magnífico que eu vivenciei na mais terna idade infantil, exige(requer) que eu mencione alguma coisa a esse respeito.

Um domingo meus pais foram, como sempre, entregar-se ao seu divertimento. De modo que eu não fosse um peso para eles, fui trancado a pão e água lá em cima no porão. Esperava-se de mim que eu devesse me sentir bem toda a tarde sozinho deitado na cama. Como eu me encontrava no meu sexto ano de vida, eu já tinha conciência de que esse tipo de tratamento era muito terrível. Assim, enquanto eu permanecia solitário em minha cela e chorava, o espírito de Deus me inspirou a orar. Com o rosto cheio de lágrimas, olhando para o vidro da janela do porão, eu apelei ao Deus do Céu por misericórdia.

Embora eu tenha me esquecido de todos os outros acontecimentos daquele tempo, esse atendimento de oração e suas consequências se fixaram tão profundamente em meu interior que um esquecimento é impossível. E, oh, que milagre: depois de somente 10 ou 14 dias eu fui libertado.

Já que eu era um peso muito grande para minha madrasta, me enviaram para um instituto de correção em Haenlein/Hessenlan (estado de Hessen). Ainda hoje eu sei como me senti infinitamente feliz lá. Ali eu tinha minha

liberdade, podia brincar e cantar com as crianças da instituição. Lá tinha a hora de brincar ao ar livre, hora da aula e, o que já naquela época me deixou com uma inesquecível impressão, cada manhã era feita uma curta meditação com canto, leitura bíblica e oração. Depois daquele tempo todo a mudança foi para mim inteiramente prazeirosa. Eu ainda era muito jovem para entender que, estar "neste tipo de instituição" também poderia significar uma vergonha, principalmente para os pais. Não, eu não fazia a mínima idéia sobre isso. Depois da minha vida lamentável com minha madrasta, eu me sentia aqui muito feliz.

Provavelmente depois de mais ou menos um mês que eu estava lá foi empreendida uma excursão para a região das montanhas. Uma vez que a excursão aconteceu num dia de domingo, muitas pessoas da região estavam lá. E assim aconteceu que bons conhecido dos meus preciosos avós me viram e, o que se podia claro imaginar, também me interrogaram. É evidente que esses conhecidos mandaram notícia disso para os meus avós - aonde, como e em quais companhias eles tinham me encontrado. Isso cortou o coração dos meus queridos avós e depois de um tempo não muito longo eu fui recebido para sempre em seu coração e seu lar.

Esse milagroso atendimento de oração com todas as suas importantes consequências para mim, se tornou para toda a minha vida um grande fortalecimento da fé e é assim ainda hoje.

Meu avô era diretor da, naquela época, nova estação de trem construída entre Frankfurt e Heidelberg. Assim eu vivi minha bonita juventude na estrada montanhosa (Bergstrasse), nos lugarejos bonitos de Auerbach e Zwingenberg. Depois do 60° aniversário meu avô foi aposentado. Os avós mudaram então para Darmstadt, mas eu ainda pude ficar com eles até a sua morte. Essa foi uma bonita juventude, na qual eu pude conviver com os filhos do terceiro casamento do meu avô.